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Sou um verdadeiro colecionador de fracassos. Desde os tombos na infância ao aprender a andar, passando pelas tentativas frustradas de pronunciar minhas primeiras palavras — cada uma dessas cenas foi motivo de risada e aprendizado. Vieram depois as provas escolares, os primeiros amores, e, mais tarde, relacionamentos que não deram certo, investimentos malfeitos e até processos seletivos fracassados na busca por uma promoção.
E você? Vai me dizer que acertou tudo de primeira?
Não escrevo este texto para me lamentar ou resgatar lembranças dolorosas. O que quero aqui é refletir sobre um tipo de aprendizado que só o fracasso, com toda a sua dor, pode oferecer: o desenvolvimento da nossa consciência.
Histórias de superação de grandes inventores e empresários que “fracassaram mil vezes antes de acertar” são inspiradoras, mas, sejamos honestos: elas não refletem a realidade da maioria. Por isso, proponho algo mais pé no chão. Em vez de olharmos para os 1% que chegaram ao topo, que tal olharmos para a nossa própria jornada? O que podemos aprender com os nossos fracassos?
Entendo que esse aprendizado se organiza em três dimensões — duas muito debatidas, e uma quase sempre negligenciada. Vamos explorá-las?
(Leitura de cenário)
Quanto mais complexa a atividade, maior a influência de fatores externos. Aspectos econômicos, políticos, ambientais e culturais podem, sozinhos, inviabilizar um projeto — mesmo quando você fez tudo “certo”.
Imagine abrir uma importadora de produtos russos. Você se preparou, o plano parecia perfeito. Mas veio a guerra na Ucrânia e os embargos. Resultado? Fracasso. E quase nada disso estava ao seu alcance evitar.
O fator "incerteza" sempre existirá. E aceitá-lo é parte do jogo.
(Checklist pré-decolagem)
Aqui, entram três fatores cruciais:
Como saber se algo está saindo do rumo?
É preciso definir e monitorar indicadores desde o início — inclusive em áreas menos óbvias. Por exemplo: em um relacionamento, sinais como perda da autonomia, isolamento social ou dependência financeira são alertas. Mas muitos só percebem depois que o estrago está feito.
Quando é o momento certo de agir?
Detectar problemas cedo dá margem de manobra. No exemplo do relacionamento, perceber padrões tóxicos antes de um casamento (ou de filhos) muda tudo. Testar e simular situações reais é essencial para validar qualquer projeto.
O que acontece se tudo der errado?
Fracassar é sempre uma possibilidade. Mas qual será o impacto? Você tem um plano B? Conversas difíceis — como acordos pré-nupciais, no caso de relacionamentos — podem ser desconfortáveis, mas evitam perdas ainda maiores.
(O olhar para dentro)
Essa é a dimensão mais ignorada — e a mais valiosa.
O que você sente, pensa ou reprime quando fracassa?
Todos passamos pelos estágios da perda: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Mas, muitas vezes, esses estágios ficam abafados dentro de nós. E ignorar esse movimento interno é desperdiçar uma chance poderosa de crescimento.
Na Green, utilizamos a Jornada do Autoconhecimento, uma ferramenta que reúne quatro grandes dimensões do desenvolvimento pessoal. Veja o que ela pode revelar sobre você:
Você tende à extroversão ou introversão? Toma decisões com base em dados ou na intuição? É mais estruturado ou espontâneo? Tudo isso influencia (e muito) seus resultados.
Você conhece suas 24 forças pessoais e sabe quais são suas “forças de assinatura”? Entender isso ajuda a identificar onde estão seus potenciais mal aproveitados ou ignorados em momentos críticos.
Todos temos diferentes níveis de desenvolvimento nas 9 inteligências: lógico-matemática, interpessoal, intrapessoal, linguística, musical, entre outras. Está atuando onde suas inteligências brilham? Essa resposta pode transformar seu caminho.
Em que nível de consciência você está operando? Suas decisões são motivadas por sobrevivência, sucesso, pertencimento, propósito ou evolução? A Espiral ajuda a mapear isso e a indicar seu próximo passo.
O cruzamento dessas dimensões gera um verdadeiro mapa de evolução — um plano estratégico para sua vida.
Se você leu até aqui, é porque deseja extrair sentido das suas quedas. Que tal transformar seus fracassos em alavancas para uma vida mais consciente?
A Jornada do Autoconhecimento pode ser um ótimo começo. Entre em contato comigo — terei prazer em te explicar como funciona e te ajudar a construir seu plano de desenvolvimento.
O fracasso é um velho conhecido.
Alguns passam de raspão. Outros deixam marcas profundas. Mas todos eles carregam lições que, quando bem compreendidas, nos tornam mais fortes e mais conscientes.
Até a próxima!
André Ferreira